Autismo e espiritismo
Autismo para medicina
O autismo afeta uma em cada 68 crianças, sendo uma questão grave
de saúde, pelo difícil diagnóstico e por não se saber exatamente o que causa a
síndrome. Visando mudar a qualidade de vida das famílias que têm entes que
sofrem com o transtorno, a startup Tismoo oferece medicina individualizada,
tratando caso a caso e atendendo as particularidades de cada paciente,
caracterizadas pela doença.
Na
questão familiar, por não existir um diagnóstico e uma forma de cuidar simples,
o grupo de cientistas que faz parte da Tismoo (brasileiros renomados) foi
reunido por um investidor anjo – que tem uma filha autista – e pesquisou para
encontrar uma solução. “Não é só um laboratório, mas uma startup que visa
construir uma medicina personalizada para cada característica que a criança
autista apresenta”, afirma Gian Rocchiccioli, um dos co-fundadores da Tismoo.
Desenvolvida
a partir de 2015, a tecnologia da Tismoo tem participação do doutor Alysson
Moutri e sua equipe, todos cientistas brasileiros que trabalham no exterior. A
startup detém a tecnologia dos “minicérebros”, que simulam o desenvolvimento do
cérebro humano a partir de células-tronco do paciente. Gian explica como é
feito todo o processo do paciente dentro da plataforma. “Estamos focados em
criar uma medicina específica para o autismo. O primeiro passo foi fazer uma
investigação genética, por meio de amostra de sangue ou saliva. Vale lembrar
que não medicamos, apenas damos o resultado a partir das alterações para o seu
genoma. Identificamos alterações genéticas que criam aquele comportamento e
recomendamos o caso para o médico. O segundo passo é a solicitação de um exame
(análise do genoma) por parte do médico. Ele saberá defnir os cuidados com o
paciente. Quanto ao minicérebro do paciente, no futuro, a ideia é conseguir
identificar o melhor remédio para cada um deles. Nossa intenção é chegar com
isso para cada indivíduo, mas ainda é muito caro”, pondera Gian.
A startup detém a tecnologia dos "minicérebros", que simulam o
desenvolvimento do cérebro humano a partir de células-tronco do paciente (foto:
Alysson Moutri/Divulgação)
TECNOLOGIA O laboratório busca inovar na área da saúde, trabalhando lado a
lado com a tecnologia, acreditando que esse seja um fator importante para novas
descobertas que virão, com o intuito de tratar pacientes portadores do
transtorno neurológico. “Nos próximos dois anos, vamos lançar uma plataforma
para desenvolvimento de novos medicamentos e encontrar outras identificações
para os já existentes. Com esta tecnologia, pegamos esta droga para produzir
uma nova patente para a indústria farmaucêtica. Chama-se reposicionamento de
fármaco. Esse é o segundo passo, que terá uma medicina personalizada para cada
família. Nessa trilha vamos caminhando para conseguir uma solução mais próxima
para cada indivíduo”, completa.
O autismo é um problema
psiquiátrico que costuma ser identificado na infância, entre 1 ano e meio e 3
anos, embora os sinais iniciais às vezes apareçam já nos primeiros meses de
vida. O distúrbio afeta a comunicação e capacidade de aprendizado e adaptação
da criança.
Que
fique claro: os autistas apresentam o desenvolvimento físico normal. Mas eles
têm grande dificuldade para firmar relações sociais ou afetivas e dão mostras
de viver em um mundo isolado.
Anteriormente
o problema era dividido em cinco categorias, entre elas a síndrome de Asperger.
Hoje, ele uma única classificação, com diferentes graus de funcionalidade e sob
o nome técnico de transtorno do espectro do autismo. O
jeito de lidar com cada um varia.
Na
forma qualificada como de baixa funcionalidade, a criança praticamente não
interage, vive repetindo movimentos e apresenta atraso mental. O quadro
provavelmente vai exigir tratamento pela vida toda.
Na média funcionalidade, o paciente tem dificuldade
de se comunicar e repete comportamentos. Já na alta
funcionalidade, esses mesmos prejuízos são mais leves, e os portadores
conseguem estudar, trabalhar e constituir uma família com menos empecilhos.
Há
ainda uma categoria denominada savant. Ela é
marcada por déficits psicológicos, só que com uma memória fora do comum, além
de talentos
específicos.
O
autismo não possui causas totalmente conhecidas, porém há evidências de que
haja predisposição genética para ele. Outros reportam o suposto papel de
infecções durante a gravidez e mesmo fatores ambientais, como poluição, no
desenvolvimento do distúrbio
Sabia que ainda não existe exame capaz
de diagnosticar o chamado Transtorno do Espectro Autista (TEA)? As causas deste
problema também são vagas para a ciência. Nos últimos anos, pesquisas vêm sendo
realizadas para elucidar alguns fatores de risco, como alterações
cromossômicas, doenças genéticas, exposição a produtos químicos durante a
gravidez, parto prematuro e idade avançada do pais.Segundo a neuropediatra Andrea Weinmann, do Centro Neurológico Weinmann, de
Campo Grande (MS), o maior conhecimento das pessoas obre os sinais e os
sintomas do TEA tem ajudado a aumentar os diagnósticos nas crianças. Hoje,
segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos,
uma em cada 68 crianças é identificada com o transtorno – isto mostra que a
condição não é tão rara quanto se pensava.A médica explica que o TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento que pode
levar a significantes prejuízos nas áreas da sociabilidade, da comunicação e do
comportamento. No autismo, cada criança é afetada de uma maneira diferente, com
sinais e sintomas variados, em vários níveis de gravidade. "Entretanto, em
todos os casos de TEA, há o que chamamos de 'díade do autismo'. Ou seja, são
perceptíveis os sintomas que afetam a comunicação social e os relacionados aos
comportamentos repetitivos ou restritos, que precisam estar presentes para
confirmar o diagnóstico", afirma a neuropediatra.Um dos principais sinais do autismo é o atraso na fala. "Normalmente, o
atraso [ou a regressão] na aquisição da fala é o que faz os pais procurarem um
especialista. Entretanto, é só um indício e pode estar relacionado a outras
condições. O autismo também afeta a interação social, portanto, são crianças
com dificuldade em fazer amizades e interagir com outras pessoas",
esclarece Andrea Weinmann.Apesar da fala ser importante, é possível perceber os sinais do Transtorno do
Espectro Autista precocemente. "Os pais precisam prestar atenção também na
linguagem não verbal, sendo o choro um ótimo exemplo. Bebês muito silenciosos,
que ficam quietos no berço, no carrinho, sem necessitarem do colo, por exemplo,
precisam ser avaliados. Outro exemplo é a habilidade de abanar a mão, que surge
entre os oito ou nove meses, como se fosse um tchau. Bebês com o autismo podem
não desenvolver esta habilidade", comenta a especialista.Segundo a médica, quando há três déficits de comunicação social e pelo menos
dois de comportamento repetitivos e restritos é confirmado o diagnóstico, em
crianças a partir dos três anos de idade. "Embora haja uma idade para o
diagnóstico, vale lembrar que os sinais do TEA estão presentes desde o
nascimento e, quanto antes os pais procurarem ajuda, melhor será o
desenvolvimento da criança", alerta a neuropediatra.
Autismo para estatismo
Como as cores do prisma que degrada a luz solar, as diferenças
entre as pessoas marcam a beleza da individualidade humana.
Entre todas as diferenças, está o autismo, que ama em silêncio e luta como um
símbolo a mais contra a indiferença de uma sociedade acostumada a olhar o
próximo sem compreender sua integridade. Assim se expressa o Dr. Juan Danilo
Montilla, estudioso dedicado dessa síndrome malcompreendida que se vem tornando
quase pandêmica.
Incompreendida no passado remoto e diagnosticada posteriormente como
esquizofrenia, a partir de 1970, em razão de o nobre Dr. Hans Asperger haver
sido pai de gêmeos portadores do distúrbio, mediante a observação do atraso do
desenvolvimento da linguagem, estudou-o profundamente, buscando encontrar a sua
gênese, assim como a melhor terapêutica.
Em 1981, a psiquiatra Lorna Wing, em homenagem a esse notável pesquisador,
referiu-se pela primeira vez à síndrome de Asperger.
Curiosamente, a Dra. Wing era mãe de uma menina autista...
O autista invariavelmente não gosta de ser tocado, evita fitar as pessoas,
tendo quase sempre a cabeça baixa e as reações compatíveis com a sua
problemática em razão da ausência de sociabilidade, reagindo a distúrbios
sonoros, a multidão, etc.
Sob o aspecto da Doutrina Espírita, podemos considerar a problemática do
autismo como sendo uma provação para o paciente, que estaria recuperando-se de
delitos praticados em existências passadas, assim como os seus familiares,
especialmente os pais.
Mediante as limitações experimentadas e os sofrimentos pertinentes, o espírito
endividado refaz-se e liberta-se da carga aflitiva a que se encontra jungido,
tornando-se, desta forma, uma verdadeira bênção.
Outrossim, pode ser uma experiência iluminativa solicitada pelo próprio
espírito, a fim de contribuir em favor de estudos científicos que irão
beneficiar outros, ao mesmo tempo um esforço pessoal para o maior crescimento
sociopsicológico.
No primeiro caso, podem ocorrer transtornos obsessivos, produzidos pelas
vítimas de existência anterior, que se comprazem em piorar o quadro de
sofrimentos, levando o paciente à agressividade, ao mutismo e a estados de
aparente esquizofrenia.
O Espiritismo dispõe de terapias valiosas: passes, água fluidificada,
desobsessão, conversação paciente e edificante, música suave, conforme a sua
reação ao ouvir e muita perseverança do amor para que o mesmo sinta-se aceito e
confiante.
DIVALDO P. FRANCO
Professor, médium e conferencistaComo relacionar os dois? O autismo se caracteriza por um grave
transtorno do desenvolvimento da personalidade, revelando uma perturbação
característica das interações sociais, comunicação e comportamento. De uma
maneira geral, a pessoa tem tendência ao isolamento, olhando de forma dispersa,
sem responder satisfatoriamente aos chamados e demonstrando desinteresse pelas
pessoas. O indivíduo, sem apresentar nenhum sinal físico especial, ostenta
prejuízo severo de várias áreas da performance humana, acometendo
principalmente as interações interpessoais, da comunicação e do comportamento
global.O paciente apresenta um sistema nervoso alterado, sem condições
psico-neurológicas apropriadas para um adequado recebimento dos estímulos
necessários, afetando seriamente seu desenvolvimento, exibindo incapacidade
inata para o relacionamento comum com outras pessoas, como também desordens
intensas no desenvolvimento da linguagem.O comportamento do portador do transtorno autista é
caracterizado por atos repetitivos (rotinas e rituais não funcionais,
repertório restrito de atividades e interesses) e movimentos estereotipados,
bem elaborados e intensos (saltos, balanceio da cabeça ou dos dedos, rodopios e
outros). Podem, igualmente, ser observados alguns sintomas comportamentais como
a hiperatividade, agressividade, inclusive contra si próprio, impulsividade e
agitação psicomotora.Até hoje esse distúrbio, permanente e severamente incapacitante,
associado a algum grau de deficiência mental e acometendo mais o sexo
masculino, é enigmático para a ciência, sem explicação convincente de sua causa
e ausência de tratamento específico. Enquanto os pensadores se debatem em mil
argumentos e justificativas, completamente envolvidos nas teias compactas da
problemática síndrome, qual a contribuição que pode ser concedida pela ciência
do espírito?Einstein, certa feita, disse que "a ciência sem religião
é manca, a religião sem a ciência é cega". O espiritismo
se apresenta como uma religião natural, desprovida da presença do absolutismo
sacerdotal, sem submissão a rituais e dogmas, apta a dar apoio e controle à
ciência, completamente presa às leis da matéria e impossibilitada sozinha de
explicar os mais misteriosos fenômenos.Em verdade, a doutrina dos espíritos e a ciência humana se
complementam uma pela outra. O excelso codificador do espiritismo, Allan
Kardec, enfatizou que as descobertas da ciência glorificam Deus em lugar de
diminuí-Lo e elas não destroem senão o que os homens estabeleceram sobre idéias
falsas que fizeram Dele ("A Gênese'', pág. 40, FEB).Sabemos, por exemplo, que a ciência dos homens se mantém
estática diante do fenômeno da morte, completamente inerte e impotente,
enquanto a ciência espírita transcende ao acontecimento, indo mais além,
explicando tudo o que ocorre nos domínios do extrafísico, encarando o
fenecimento do corpo físico como um acontecimento natural, sabendo que a
individualidade espiritual ressurge na verdadeira pátria como um pássaro
liberto da prisão. Na realidade, já bem antes, precisamente nos trâmites do
fenômeno da fertilização do óvulo, precedendo ao nascimento, todo o processo
científico extrafísico é do conhecimento da ciência espírita, inclusive
respondendo algumas questões misteriosas, sem respostas objetivas da biologia:
"Como é que os genes, situados numa molécula protéica, podem manipular
e ordenar a si próprios?". "Como proteínas podem demonstrar
sabedoria, regulando a formação de outras proteínas?". "Como pode uma
proteína ter tanta capacidade de comando específico e brilhante?''. ‘‘Como
podem apenas 30 mil genes produzir mais de cem mil proteínas?''. Sabendo que
cada gen pode produzir três, quatro até cerca de dez proteínas, como sabe qual
a proteína certa que tem que formar?".À nível microscópico, um efeito inteligente biológico não pode
ser conseqüência de uma coisa aleatória que surgiu por acaso, apenas resultante
do trabalho casual de proteínas específicas. O corpo humano, constituído de
mais de cem trilhões de células, não pode ser fruto do acaso, ainda mais que é
resultante de uma única célula (ovo ou zigoto). Tem que existir um fator,
orientando tudo isso, uma diretriz, um gerente maior, um campo organizador da
forma. Comparando o corpo humano a um bolo, o DNA (Ácido Desoxirribonucléico),
constituinte dos genes, seria uma espécie de receita e o bolo seria produzido
de acordo com as instruções da receita. O espírito é o artífice de todo o
processo (genial confeiteiro, utilizando a receita e preparando o bolo).
Portanto, o DNA corresponde a uma fita programada e aperfeiçoada nos bilhões de
anos de evolução, sob as diretrizes do grande programador: A Essência Espiritual.O corpo humano está subordinado às informações ou ordens dos
genes, os quais não são os exclusivos mentores do maravilhoso processo
biológico da vida, desde que há, em verdade, um Poder Inteligente que
orienta a formação do ADN e permite repará-lo quando necessário. Logo após a
fecundação, a entidade reencarnante, de acordo com sua sintonia evolutiva,
grava o seu código cifrado vibratório na matéria, atuando sobre o ADN.
Portanto, todas as transformações físicas, químicas, orgânicas, biológicas, de
todas as células são orientadas e dirigidas pelo espírito que preside a tudo,
funcionando o corpo como um grande computador biológico.Interessante e importante o conhecimento científico de que os
genes exercem um poder incrível, como que dotados de inteligência, sabendo
muito bem o que estão fazendo. Por exemplo, a bananeira não dá limão. Por que a
mama não produz lágrima? Ela fabrica leite. Imaginem se suássemos leite
materno? O organismo tem conhecimento de que, na mama, por exemplo, tem que
desligar os genes que causam o suor e ligar os genes que produzem o leite. Quem
é o responsável por esse extraordinário e perspicaz processo biológico? Como
uma proteína pode despertar outra proteína? Quem lhe ensinou a tarefa? As
respostas são fornecidas pela ciência espírita, atestando que Deus existe e que
a individualidade espiritual, o espírito imortal, diante do universo, retorna
em diversas existências, aprimorando-se, sendo responsável causal da gerência
dos processos biológicos, sendo, inclusive, "o campo organizador da forma"
ou "planta de construção", na embriogênese, mentor da constituição do
organismo, a partir de apenas uma célula, arquitetando a formação dos tecidos e
órgãos do corpo físico.A doutrina espírita ensina que somos artífices do nosso
próprio destino (o acaso não existe). Quando nascemos com
alguma deformidade, em verdade a mesma já existia antes em espírito, porque a
criamos dentro de nós, em determinada vivência física. Então, o espírito é
responsável por tudo que pensa e faz, subordinado à Lei de Causa e Efeito, divina
por excelência. Se tivermos algo a expiar, a distonia arquivada, em
nosso envoltório espiritual, propiciará a escolha da fita compatível e sua
posterior gravação. Então, plasmamos em nosso ADN a informação
codificada que trazemos em espírito; sendo, portanto, nossas
deficiências originadas de nós mesmos, nunca obra do acaso e muito menos
predeterminadas por uma divindade vingativa. Somos hoje o que
construímos ontem: "A cada um segundo as suas obras''.Ninguém nasce autista por acaso. A Justiça Divina é
misericordiosa por excelência, propiciando ao infrator as benesses da
retificação espiritual. Algumas teses espiritualistas relatam que o
comportamento autista é decorrente do fato de o espírito não ter aceitado sua
reencarnação. O Livro dos Espíritos, na questão 355, ensina que a aliança do
espírito ao corpo não é definitiva, porquanto os laços que ao corpo o prendem
são muito fracos, podendo romper-se por vontade do espírito, se este
recua diante da prova que escolheu. Portanto, o espiritismo instrui que,
nos casos de não aceitação da reencarnação, mediante o seu livre-arbítrio, a
entidade se retira e acontece um aborto, denominado, pela ciência,
de espontâneo.Os déficits cognitivos severos, associados às profundas
alterações no inter-relacionamento social, caracterizam o autista, apresentando
uma forma de identificação profundamente diferente, resultante do mau uso das
faculdades intelectivas, em existências anteriores, errando o ser, exatamente
na dissimulação das emoções, estabelecendo relações afetivas baseadas no
engodo, no fingimento, para manter suas posições sociais abastadas, no campo do
poder social, igualmente na sedução sexual, utilizando o disfarce, a aparência
enganadora, cobrindo com uma máscara psicológica a sua verdadeira personalidade,
representando uma personagem falsa, enganando os circunstantes para auferir
vantagens. Quantos indivíduos, exercendo cargos religiosos, políticos,
militares e policiais, sem a preocupação de ajudar o próximo, assoberbados de
vantagens pessoais, preocupados apenas com o seu próprio bem-estar,
apresentam-se como falsos líderes, ludibriando a muitos, mas não conseguindo
enganar a si próprios.Na Parábola dos Talentos, Jesus alude aos que usaram seus dons, atributos, sem
benefício para os semelhantes e, atormentados, posteriormente, pelo remorso,
refletem um sofrimento que parece não ter fim (imagem simbólica do "fogo
eterno"), recebendo a sentença que ressoa nos refolhos mais íntimos da
consciência: "até o pouco que tem lhes será tirado".O indivíduo autista representa alguém necessitado de muita
atenção, carinho e amor, vindo ao mundo físico, em uma reencarnação
essencialmente expiatória, totalmente desprovido do controle de suas emoções,
com prejuízo acentuado na interação social, não desenvolvendo relacionamento
eficaz com seus pares, fracasso marcante no contato visual direto, na expressão
facial, na postura corporal, na tentativa espontânea de compartilhar prazer,
interesses ou realizações com outras pessoas. Está agora sujeito às
conseqüências de seus atos impensados do pretérito. De tanto não conceder o
devido respeito às pessoas e de não conceber que os seres pensam e tem
sentimentos, retorna com déficit e prejuízo da empatia, com intensa dificuldade
de construir vínculos, sem se sentir atraído pelas pessoas e sem interesse em
tentar falar, considerando o rosto humano muito complexo e confuso, difícil de
se olhar. No pretérito, a todo o custo, buscava a fama, a glória, o entusiasmo
dos aplausos, o ardor dos cumprimentos e abraços; hoje, com aparência desorientada
devido a uma expressão sem emoção, vivencia experiências caóticas, com
dificuldade imensa de estar fora do seu casulo particular, principalmente
quando ouve o ruído de um grupo de pessoas, causando acentuada confusão nos
seus sentidos, sem saber distinguir os estímulos e, muitas vezes, aguçada
dificuldade em relação à sensibilidade tátil, sentindo-se sufocado com um
simples aperto. Contudo, "Deus é Amor", proporcionando ao espírito
imortal, diante da eternidade, a oportunidade da redenção espiritual.Quando retornar à dimensão extrafísica, apresentar-se-á curado,
sem mais o remorso lhe assenhoreando o íntimo, vivenciando a paz e agradecendo
a valiosa oportunidade, dispensada a si próprio, de agora poder valorizar a
utilização dos dons da comunicação e o talento do carisma, visando o bem estar
do próximo e o seu próprio crescimento espiritual. A chance de ter tido uma
existência difícil, quando se entretinha, enfileirando brinquedos e objetos,
particularmente, pauzinhos, caixinhas, peças coloridas para encaixe, despertou
dentro de si o potencial da humildade. Captando paulatinamente as vibrações
amorosas de seus pais, familiares, amigos e abnegados terapeutas,
assimilando-as intensamente, a carapaça da empáfia desabou e descobriu em
plenitude o amor. Afinal, somos herdeiros do infinito e estamos ainda iniciando
nossa jornada evolutiva no rumo das estrelas grandiosas e incomensuráveis do
universo.OBS.: Dedico esta matéria a todos os que, na presente
reencarnação, vivenciam a experiência valiosa do autismo, principalmente à
minha querida filha Sofia, com seis anos de vida, renascendo no meu lar,
acometida do mesmo transtorno. Agradeço a Deus pela oportunidade, concedida a
meu espírito, de estar compartilhando com ela momentos tão difíceis, exaustivos
e angustiantes; contudo, entremeados de atenção e de amor. A reencarnação,
divina por excelência, me permite a chance maravilhosa de estar com ela
novamente e de crescermos, agora, juntos, sob as bênçãos do Excelso e Amado
Pai.Autismo infantil
1) As causas do autismo permanecem desconhecidas, havendo forte
indício de fatores genéticos;2) A incidência do transtorno está aumentando significativamente
no mundo. Em cada 1000 crianças, uma é portadora da síndrome. Nos EUA, é
apontado um autista para 500 infantes, já superando os índices da S. de Down e
do câncer infantil. As taxas são 4 a 5 vezes superiores para o sexo masculino;
entretanto, as crianças do sexo feminino são mais propensas a apresentar um
retardo mental mais severo;3) Em 1943, foi descrita pela 1ª vez pelo psiquiatra Leo Kanner,
descrevendo a condição especial de 11 crianças;4) Cerca de 70% dos pacientes possuem algum nível de
retardamento mental;5) Há necessidade premente do diagnóstico precoce para uma ajuda
multidisciplinar mais eficiente. Deve-se suspeitar de bebês que choram demais
ou se apresentam muito quietos. Dormem pouco ou dormem demais, passando do
horário das refeições. Não atendem quando chamados, parecendo surdos. Aversão
ao toque. Não suportam colo. Não demonstram emoção para com as pessoas.
Interessam-se mais por objetos do que por pessoas. Crianças que têm pouco
contato visual, não olhando para os rostos das pessoas.


Nenhum comentário:
Postar um comentário