A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as ideias
materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio: produzem a
covardia moral. Quando se veem homens de ciência, apoiados na autoridade do seu
saber, se esforçarem por provar aos que os ouvem ou leem que estes nada têm a
esperar depois da morte, não estão tentando convencê-los de que, se são
infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? Que lhes poderia dizer para
desviá-los dessa consequência? Que compensação podem oferecer-lhes? Que
esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada. Daí se segue concluir que,
se o nada é o único remédio heroico, a única perspectiva, mais vale cair nele imediatamente,
e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.
A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno
que inocula a ideia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se
fazem seus defensores assumem terrível responsabilidade. Com o Espiritismo a
dúvida já não é possível, modificando- -se, portanto, a visão que se tem da
Vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para além do
túmulo, mas em condições muito diversas. Daí a paciência e a resignação que o
afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; daí, numa palavra, a coragem
moral.
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